sinto falta de todos os meus filhos que morreram, malnutridos, abandonados
assassinados em eternos esboços, outros nem isso
foram abortados antes da gestação, fadados a ser pra sempre ideia
sinto falta de sua baixas vozes, sussurrando no meu ouvido suas histórias,
como assombração que deixo morrer todos os dias,
ou morrem eles, ou morro eu, de fome
mas toda vez que morrem eles, morro eu, de solidão
morro eu, de frustração
morro eu, em raiva
indignação
sinto falta de todos os filhos que deixei morrer para que eu sobrevivesse
e mesmo assim, morri sem saber
que eles quem me mantinham vivo
eu como as ideias que a gente tem juntos pra vomitar elas depois igual cronos nhom nhom
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